03 outubro, 2010

Passos no escuro


Quando caminhamos no escuro,

Seguimos em silêncio.

Faltam-nos as vãs certezas da visão.

Pressente-se,

Sente-se,

Ressente-se tudo o que foi e que será.

(Instala-se uma paz imensa)

O vento assobia uma nova canção,

e arrasta para longe os resíduos de um tempo caduco.

21 junho, 2010

Sol Maduro



Começas hoje a colher o que semeaste.

28 maio, 2010

A teia



A vida, as escolhas, os caminhos são tecelagem.
Requerem atenção, paciência, treino, firmeza, perícia, delicadeza...
desde o fiar da linha ao entrelaçar dos fios.
A vida está presa por fios,
tão frágeis e tão firmes como a teia de uma aranha.
Belíssima e forte, esta rede que nos ampara, que nos segura,
quando tecida com atenção, proporção...
Quando tecida com o coração.

10 maio, 2010

"A mais espantosa das perdas"


"Enganar-se a respeito da natureza do amor é a mais espantosa das perdas.
É uma perda eterna, para a qual não existe compensação nem no tempo nem na eternidade: a privação mais horrorosa, que não é possível recuperar nem nesta vida... nem na futura!"
Soren Kierkegaard

Kierkegaard era um jovem deprimido, uma criatura sem pele, uma mente brilhante e alarmantemente inquieta. Talvez nunca tenha conhecido a natureza do amor. Julgo que não. Suicidou-se. E nem tudo são espinhos, como nem tudo são flores. Ainda assim, não posso deixar de concordar com a questão que coloca a compreensão da natureza do amor no topo dos ganhos ou das perdas. Não se trata de um jogo, com certeza, mas de um mistério, de uma viagem, de uma espantosa e desconcertante descoberta - o amor não é bioquímica, nem hormonas, nem sensações. É uma energia e uma habilidade que não se compadece com a busca da auto-satisfação. Perder a experiência do amor, perder a oportunidade de aprender a jorrar essa energia, de manuseá-la como uma delicada e poderosa poção mágica e extrair dela a derradeira essência da vida é de facto a mais espantosa das perdas. E dá pena que o amor esteja reduzido a uma sensação de prazer ou de desejo que pode ser medido e explicado pela química operada no cérebro. E dá pena ver como marcha o mundo...

Que desperdício seria ter alma para amar apenas cientificamente, ao sabor dos gostos e des-gostos. Que desperdício seria viver apenas para isso, sem reservar como necessário aspirar ao infinito e ao absoluto! De que valeria ter alma, fazer poesia, sermos capazes de coisas tão extraoridárias como sonhar, sorrir, chorar... se não fosse para transcendermos o perímetro da existência e tocar o âmago da vida? Que extraordinária possibilidade e que assombrosa responsabilidade é amar.

26 fevereiro, 2010

E se pudéssemos viver para sempre?

A ideia parece bizarra, só possível no reino da ficção científica, mas o investigador Aubrey de Grey acredita que não, e apresenta dados científicos, até agora irrefutáveis, de que é possível vencer o processo de envelhecimento.

Aubrey de Grey é Professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra, onde dirige o centro de estudos SENS (Strategies for Engineered Negligible Senescence), dedicado à pesquisa de estratégias no âmbito da Medicina Regenerativa, capazes de reparar os danos causados pelo envelhecimento no corpo humano e, desta forma, potenciar a longevidade indefinidamente.
Autor do best-seller “Ending Aging”, Aubrey de Grey desafia, na sua obra, os conceitos mais básicos que, até hoje, se consideravam determinantes na inevitabilidade do envelhecimento. Aubrey de Grey vai mais longe e anuncia que, afinal, é possível vencer a morte.

Segundo De Grey, o envelhecimento resulta de uma complexa rede de interacções moleculares e processos celulares, os quais se acumulam ao longo do tempo. O cientista defende que existem sete tipos de danos principais e que a sua correcção é possível.

Aubrey de Grey vai estar, brevemente, em Portugal. Convidado do Terceiro Congresso Anual de Medicina Anti-Envelhecimento, de 21 a 22 de Maio, no Hotel Miragem Cascais, o investigador inglês vai apresentar a sua pesquisa e explicar os fundamentos e dados científicos sobre os quais assentam a sua teoria.

Inscreva-se assista à palestra proporcionada pelo singular Prof. Aubrey de Grey e conheça uma das mais controversas e estimulantes personalidades da Ciência Anti-Envelhecimento dos nossos tempos!

18 fevereiro, 2010

David Servan-Schreiber em Portugal

David Servan-Schreiber, especialista em Ciências Neurocognitivas, autor do livro "Curar" e "Anti-Cancro", vai estar em Portugal, numa sessão especial, inscrita no Terceiro Congresso Anual da Península Ibérica sobre Medicina Anti-Envelhecimento e Tecnologias Biomédicas, a decorrer nos dias 21 e 22 de Maio, no Hotel Miragem Cascais.

David Servan-Schreiber nasceu em França em 1961. Estudou e trabalhou nos Estados Unidos e no Canadá, onde foi um dos fundadores, e depois director, do Centro de Medicina Complementar da Universidade de Pittsburgh. Doutorado em Ciências Neurocognitivas pela Universidade Carnegie Mellon, sob orientação de Herbert Simon, pai da inteligência artificial e Nobel de Economia, e de James McClelland, pioneiro da teoria das redes neuronais, David Servan-Schreiber viu-se confrontado, ele próprio, com um diagnóstico de cancro.

A luta pessoal contra a doença mudou a sua vida para sempre. Hoje, partilha essa experiência e conhecimento nas suas obras e conferências, onde demonstra como é possível prevenir e vencer o cancro, usando as nossas defesas naturais.

Seguro de que somos responsáveis pela nossa própria saúde e processo de cura, David Servan-Schreiber é convidado do 3º Congresso Anual da Península Ibérica de Medicina Anti-Envelhecimento e Tecnologias Biomédicas, onde vai falar da sua experiência pessoal e mostrar de que modo as técnicas e instrumentos anti-envelhecimento, como a dieta alimentar ou o estilo de vida, são ferramentas poderosas e eficazes contra a doença.
Quem estiver interessado em assistir à palestra de Servan-Schreiber, consulte o site do congresso ou faça a sua inscrição aqui.

06 dezembro, 2009

Sonhar, acreditar, agir



William Kamkwamba, do Malawi, é um inventor nato. Com 14 anos, construiu um moinho de vento a partir de sucata, com base em esquemas rudimentares que descobriu num livro da biblioteca local intitulado Using Energy, alterando-os para que satisfizessem os objectivos a que se propunha. A sua máquina ainda hoje alimenta quarto lâmpadas e dois rádios, na casa dos pais.
Após ler sobre William no blogue
Hactivate (que, por sua vez, tinha tomado conhecimento da história através de um jornal local do Malawi), o director de conferências da TEDGlobal, Emeka Okafor, passou várias semanas a tentar contactar o inventor, e convidou-o para as conferências TED Talks (na íntegra, aqui). William partilhou o seu sonho de construir um moinho de vento ainda maior, que pudesse providenciar água a toda a aldeia, e manifestou o desejo de regressar à escola.
Após a sua intervenção, uma enorme onda de solidariedade foi gerada, em seu torno e do seu trabalho. Membros da comunidade TED uniram-se para o ajudar a melhorar o sistema de abastecimento eléctrico (incorporando energia solar), e promoveram o seu regresso à escola, com o apoio de tutores. Subsequentemente, outros projectos foram desenvolvidos na aldeia: abastecimento de água potável através de energia solar, prevenção da malária, fornecimento de energia eléctrica para mais seis casas e um sistema de irrigação gota-a-gota. William voltou à escola e frequenta, actualmente, a African Leadership Academy, na África do Sul.
A sua história foi publicada em livro (
The Boy Who Harnessed the Wind: Creating Currents of Electricity and Hope) e um pequeno documentário, intitulado Moving Windmills, venceu vários galardões, no ano passado. Mais detalhes podem ser encontrados em MovingWindmills.org.”
Espera-se a tradução do título. Ansiosamente.
Tradução de TED: Ideas Worth Spreading (
aqui)

Retirado do blogue Bio Terra