12 junho, 2006
tiro o chapéu a estes senhores
A Sociedade Portuguesa para a Educação Humanitária, abreviadamente SPEdH, é uma Organização Não Governamental sem fins lucrativos criado por um grupo de pessoas que se reuniram para pensar o mundo que as rodeia. E agir. Olhando o passado para melhor compreender o presente. E partilhar. Para melhor desenhar o futuro.
Herman Melville disse-nos que «não podemos viver isolados porque as nossas vidas estão ligadas por mil laços invisíveis». Referia-se ele às interacções sociais no seio de um grupo de primatas humanos. Mas não deixa de ser verdade que nós e os outros animais também acabamos por estar ligados por mil laços invisíveis. São ligações sem quaisquer implicações morais. Simplesmente são. Neste capítulo sobre aquilo que os biólogos chamam de interacções simbióticas os mundos diferentes confundem-se. E misturam-se. E todos precisam de todos.
Para que o mundo possa acontecer. Esta é uma ideia-chave do conceito de educação humanitária. O reconhecimento da interdependência de todos os seres vivos. Porque na verdade as coisas funcionam melhor se nos ajudarmos uns aos outros. E os outros já aprenderam a lição há muito tempo. É por isso que chegaram tão longe. Stephen Jay Gould, certamente um dos cientistas mais brilhantes do século XX, disse-nos que «a mensagem principal da revolução darwiniana à espécie mais arrogante da natureza é a unidade entre a evolução humana e a de todos os demais organismos». Mas também disse que «podemos aprender muito sobre nós próprios partindo do facto inegável de que somos animais evoluídos». As nossas vidas dependem de todos. Porque sem todos somos nada. O mundo poderia de facto ter sido ordenado de maneira diferente se não existissem estas interacções simbióticas. Mas não foi. E em grande parte porque vivemos ligados por mil laços invisíveis.
O passo seguinte leva-nos à outra ideia-chave do conceito de educação humanitária: a compreensão da necessidade da compaixão e do respeito do Homem pelos seus semelhantes, pelos outros animais e pelo meio ambiente. Precisamente com base na ideia-chave anterior de que as nossas vidas dependem de todos. Porque sem todos somos nada. É claro que este é um processo complexo que somente um enorme esforço de libertação, humana, poderá fazer tudo isto acontecer. A verdade é que a educação humanitária leva-nos a tornarmo-nos mais humanos. Mas não menos animais.
Cada um de nós pode mudar o mundo partindo do princípio que o mundo começa em si mesmo. E às vezes o impossível torna-se possível e acontece mesmo. E a nossa história colectiva e certamente a nossa história individual está cheia de pequenas transformações entre o impossível e o possível. É certo que os homens e as mulheres deste tempo estão cada vez mais exaustos e tristes e perdidos. E com medo. Mas a SPEdH acredita que no meio deste atoleiro de vaidades e perdições, em que não existe critério nem rumo, nem tão pouco qualidade de vida, acredita mesmo que ainda é possível mudar. E àqueles que nos disserem que não podemos acreditar em coisas impossíveis, responderemos da mesma forma que a Rainha respondeu à Alice: «Suponho que tens falta de treino. Aconteceu-me algumas vezes acreditar em seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço.»
isto e muito mais aqui
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
22 comentários:
cada um de nós pode mudar o mundpo
o mundo começa em nós mesmos
a vida é uma cereja
o amor uma cerejeira.
comece já a plantar!!!
Por vezes, os impossíveis de ontem são as certezas de hoje e a visão do amanhã. Porque tudo está em mutação e dinâmica constante. Que interessa se há quem não acredite, o que importa é prosseguir, sempre, sem medos ou receio, do que o outro possa pensar, dizer ou fazer.
Eu acredito na força, na união, na partilha e no Homem, como também creio na diferença, na individualidade e na inspiração. Porque a mudança começa no íntimo e estende-se ao outro, como desejo de afirmação, identificação e partilha.
Eu ainda acredito!
greentea,
gostei da tua cerejeira!
adoro árvores, acho que os corações são - deveriam ser como árvores!
plantemos!
semeemos!
beijinhos
dia muito feliz!
Calvin!
eu acredito em tudo isso que tu escreveste!muito, muito importante!
obrigada!
dia muito feliz!
Bem vinda!!!!!!!
ehehehehhehehehehehe
Já tinha saudades ruas, rapariga!!!!
(eu bem vinha espreitar!)
Pois, acabaste de falar na teoria em que acredito. Na deslocação do Homem como centro para passar a ser a Natureza (onde o Homem está inserido).
Que todos nós fazemos a diferença, é o que explico aos meus filhos. Começa nos pequenos gestos, nos pequenos conceitos. Respeitar tudo e todos.
Mas respeitar também é aceitar o papel de cada um e não desvirtuar a natureza. O Leão caça gazelas. Está na sua natureza. O Leão não é "mau".
Derrubar uma árvore é plantar outra. Feito com cuidado a Natureza preserva-se.
Não ser consumista é um passo mínimo para refrear a destruição. mas é um passo.
Dar-nos as mãos e ajudar-nos não me parece ser apenas uma saída, mas a única saída para a salvação da humanidade e de todo o planeta. Mas, nem todos ainda têm consciência disso e espero que não se atrasem muito, ou as perdas serão inestimáveis, como em alguns casos já o são.
Beijos!
Como sempre o que se lê aqui, faz os dias difícieis mais fáceis.
Amiga Sa.ra,
Transcrevo uma frase usada "n" vezes por Krishnamurti:
"... Quando somos uma luz para nós mesmos, somos uma luz para o mundo, porque o mundo somos nós e nós somos o mundo..."
A mudança, essa a tal que tudo pode de facto fazer nascer algo novo, começa sempre por nós mesmos. Nada de significativo tem mudado na natureza inferior humana porque essa mudança tem sido feita fora de cada um. Tem-se tentado mudar as estruturas (económicas, sociais, etc. etc). Mas as estruturas são constituídas por seres humanos. E enquanto estes continuarem surdos para a verdade de que todos estamos ligados a TUDO, quer por laços físicos que por laços subtis (o tal inconsciente colectivo de que falava Carl Jung) os quais tudo conduzem e a todos influenciam, continuaremos tal como temos estado. A mudança somos nós. NÓS. Isso mesmo: NÓS. Esses mesmo.
Que esperamos para mudar a competição em que nos querem à força meter (nas familias, nos empregos, nas comparações idiotas sobre quem é melhor ou pior)? Que esperamos para ser mais solidários uns com os outros? Mais tolerantes para com as dificuldades dos outros? O que falta para que usemos de alguma compaixão para com quem não tem as mesmas ideias? E porque não paramos com a má língua, do diz que disse?
Parecem mudanças irrelevantes. Mas não são. É por estas que se tem de começar.
Este texto, muito bem construído, pode dar "pano para mangas".
Um abraço e boa semana
José António
'Tudo está ligado como o sangue que une uma família' Obrigada, vale a pena conhecer!
(Ontem o blogger e a trovoada não me deixaram comentar)
Bjinho
Teresa...
amiga... tu explica-me isto como se eu fosse uma crinça de 4 anos!
não estou perceber nada!
abri a caixinha agora e estou ... como um burro a olhar para um palácio!!!
José António!
qualquer comentário ao teu comentário seria redundante!!!!
:)
obrigada!
beijinhos!
dia muito feliz!
Teresa...
qt ao comentário acima ... bem... o que tu dizes aos teus filhos é o que eu digo aos meus!
:)
respeitar a Natureza é aceitarmo-nos e aos outros!
cumprimentos à caturra!
:)
Jorge Esteves,
meu caro amigo... "os cornos da tradição" dos Homens não têm justificação... embora haja imensas desculpas para continuarem a existir!
isto só lá vai com educação, formação, informação, tranformação, e o despertar das consciências... por isso o caminho é olhar para dentro... tomar consciência de si próprio... mudar o seu próprio mundo... e ser um catalisador de mundanças, com amor, por amor à Terra, à Vida, a nós próprios!
sublinhaste uma frase que ressoa em muitos blogs que visitamos e nos visitam... o que me alegra e sustenta a esperança de que estamos a caminho da mudança!
beijinhos!
tem um dia muito feliz!
Levanto uma questão: Haverá educação sem ser humanitária? Penso que há utopia na interrogação, mas também desejo e vontade. Julgo que há muitas formas humanitárias de educar, a da SPEdH pode bem ser uma delas - não quero julgar o que não conheço - pela abordagem afectiva e consciente. Todavia aplaudo as boas vontades e os contributos para um mundo melhor, acredito nas boas intenções. O amor faz o mundo melhor e faz-nos melhores.
Beijinhos
ainda aí estás???
Prévert é delicioso; as cerejas também e o amor é uma cerejeira
e como nada deve ser deixado a meio, gosto dele.
Hoje não fiz comments a ninguém pois não tive tempo - andei noutras vidas e estou meia num impasse . já te explico, melhor, como se tivesses quatro anos e não soubésses ler...
beijinhos
"Cada um de nós pode mudar o mundo partindo do princípio que o mundo começa em si mesmo."
Para que isto acontecesse, tinha que haver uma consciencia plena desta frase, já viste como o mundo seria diferente se todos pensassem desta maneira?
Bem haja quem pôe mãos à obra.
soukha, bom dia
sabes de alguém que possa querer adoptar um caniche adulto de porte médio?
é para o travessias que está doente e não pode ficar com o cão . conforme link no meu blog e apelo dele.
se alguém souber , entre em contacto com ele.
Todos agradecemos
bom dia
com beijinhos
ecocentricos!!!
ai amiga... não sei de ninguém... mas vou passar a palavra!
olha, talvez fosse boa ideia fazer circular e-mails! que achas?
beijinhos greentea!
as musas,
obrigada pela visita e pelo comentário!
a frase que sublinharam é uma verdade fundamental... e também o principio de uma assunção da auto-responsabilização pela mudança - a nossa própria e a do mundo que nos rodeia!
na minha opinião é um dos pilares fundamantais da tranformação do Home e mudança de que tanto precisamos!
obrigada!
bejinhos!
dia muito feliz!
infotocipiável!
bela pergunta utópica!!!!
belíssima!
redobro as tuas palavras...
"O amor faz o mundo melhor e faz-nos melhores"!
beijinho
dia muito feliz!
Ruth!
apressemo-nos sem pressa ... não é?!
beijinhos
dia muito feliz!
Enviar um comentário