03 julho, 2006
da seiva
Desenhei o meu nome sobre a folha
com o soro-seiva da árvore sagrada.
Bordei o meu nome com raios de Sol
e pintei-o com as cores de cada fio de luz.
Desenhei um corpo inteiro,
com raízes, ramos e figos maduros.
Nas nervuras assinalei o curso do tempo
e marquei com o meu cheio
todas as fronteiras que têm de cair.
Aqui, sabe-se, o horizonte é sempre mais adiante.
Desenhei até às bordas da folha
e quando a folha não tinha mais espaço,
desenhei nas mãos, nos braços, no ventre...
E cobri a pele toda com o meu nome-desenho-de-árvore.
Trago o corpo todo estendido
com o meu nome à mostra.
O meu nome parecia ser o último segredo,
mas não é.
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