21 junho, 2006

religião... re-ligação da luz


Akhenaton, Saudação a Aton


“O Sol, quando nasce, é para todos”.
Nesta expressão redescobri o sentido do amor universal, da filantropia e do altruísmo. O que o Sol dá, dá-nos de borla, por razão nenhuma, a não ser pelo simples facto de ser o Sol - brilhar, iluminar, aquecer e nutrir a Terra e todos os seres. As virtudes do Sol decorrem do exercício e cumprimento da sua natureza. É o que é, logo dá o que tem. Simples!

Celebrar o Sol é ser Sol e aderir às suas faculdades. É gerar luz, claridade, clareza em cada pensamento, palavra e acção. É pôr às claras, esclarecer. É ser honesto, verdadeiro consigo próprio e com os outros. É repelir a escuridão, a mentira.

Ser Sol é ser fonte de vida - energia que cria, transforma e nutre. É amar indiferenciadamente e dar o que se tem. É dar sem pensar no que pode ganhar-se com isso. É fazer o que tem de ser feito e gerar o que tem de ser gerado. É ser-se o que se é, e fazer, criar e partilhar o que somos. E, "quem dá o que tem, a mais não é obrigado".

O Sol ilumina indiferenciadamente. Oferece a sua luz, o seu calor, a sua energia e a sua força, sem olhar a quem. Cada um que aceite, receba ou reconheça essa dádiva, se puder, quiser ou souber.
O Sol não julga, nem deixa de dar, mesmo quando o mundo ignora o seu dom.
O Sol dá porque sim. Não busca aplauso, nem louvores. Cumpre-se. É. Faz. Dá.

Isto sim, é ser verdadeiramente virtuoso. Afinal, o Sol não o faz para ser “bonzinho”; não tem nada a provar, mostrar ou justificar. Cada “planeta” faz o que bem entende com o que recebe, e se não puder ou souber tirar o melhor partido da oferta, o Sol não castiga nem nega a dádiva.

Ser Sol é ser luz, é ser amor, é ser um transformador e um gerador de Vida. É ser Criador, todos os dias. Porquê... para quê? Porque somos filhos do Sol e porque, se quisermos, podemos potenciar essa herança que está nos nossos “genes” e cumprirmos, também nós, a nossa natureza.

O Sol abraça-nos, nutre-nos, aquece-nos e ilumina-nos a todos, todos os dias com a sua energia.
Celebrar o Sol é ser Sol. Esta é a minha religião.

Feliz Solstício – que o Sol brilhe em cada um e através de cada um de vocês, com muita força e alegria!

19 junho, 2006

agir... em vez de reagir



Na minha opinião a filosofia budista é uma lição extraordinária.
O Tibete foi invadido, devastado... saqueado. E continua a ser.
Os tibetanos, sobretudo, os monges têm sido vítimas da brutalidade do regime chinês. Continuam a ser perseguidos, despojados e torturados... A campanha de endoutrinamento chinesa faz vítimas a cada dia que passa... porque a força do Tibete assenta na firmeza dos seus valores... que não são nem o poder nem o dinheiro, mas sim uma ética de responsabilidade individual e universal de compaixão pelo Homem, assumida e praticada.

Contudo, meus amigos, a tudo isto o budismo responde com abertura, aceitação, partilha e amor.
Ao contrário dos palestinianos, que angariaram o medo e ódio do mundo, os tibetanos angariaram amizade, respeito e admiração pela sua cultura e pela sua causa.
Felizmente ou infelizmente, os Homens são também a sua cultura - um produto da sua sabedoria ou ignorância.
Não vou discutir a razão dos povos - todos os povos têm o direito a ser quem são, como são - estou a sublimar a resposta: firme mas sensata e generosa do budismo tibetano.
Mesmo sob o regime chinês, são livres e sorriem.
É uma extraorninária lição de sabedoria, mas sobretudo de Amor!




Para ajudar a causa tibetana e para conhecer melhor um pouco desta sábia cultura, clique aqui ... é uma oportunidade imperdível... que com muita pena vou perder!
Fica para a próxima!

época de exames


Magdalen with the Smoking Flame, Georges de La Tour

Exame de condução
Despreza as estradas largas, segue os carreiros.

Pitágoras

Teste ao Q.I.
Não existe verdadeira inteligência sem bondade.

Ludwig van Beethoven


Exame de metodologia
Comece por fazer o que é necessário, depois o que é possível e de repente estará a fazer o impossível.

São Francisco de Assis

Prova de resistência
Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades.

Epicuro

Teste à persistência
Ainda que os teus passos pareçam inúteis, vai abrindo caminhos, como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão...

Saint-Exupéry

Exercício de equilíbrio
Não é livre quem não tenha obtido domínio sobre si mesmo.

Demófilo

Teste à atenção
Não há nada mais poderoso do que uma ideia cujo momento chegou.

Victor Hugo

Exercício de humildade
É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.

Epíteto

Exame de visão
A alegria não está nas coisas: está em nós.


Goethe

Teste à confiança
Penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho no silêncio - e eis que a verdade se revela!


Einstein

Exame de consciência
A minha consciência tem para mim mais peso do que a opinião do mundo inteiro.

Cícero

12 junho, 2006

tiro o chapéu a estes senhores



A Sociedade Portuguesa para a Educação Humanitária, abreviadamente SPEdH, é uma Organização Não Governamental sem fins lucrativos criado por um grupo de pessoas que se reuniram para pensar o mundo que as rodeia. E agir. Olhando o passado para melhor compreender o presente. E partilhar. Para melhor desenhar o futuro.

Herman Melville disse-nos que «não podemos viver isolados porque as nossas vidas estão ligadas por mil laços invisíveis». Referia-se ele às interacções sociais no seio de um grupo de primatas humanos. Mas não deixa de ser verdade que nós e os outros animais também acabamos por estar ligados por mil laços invisíveis. São ligações sem quaisquer implicações morais. Simplesmente são. Neste capítulo sobre aquilo que os biólogos chamam de interacções simbióticas os mundos diferentes confundem-se. E misturam-se. E todos precisam de todos.
Para que o mundo possa acontecer. Esta é uma ideia-chave do conceito de educação humanitária. O reconhecimento da interdependência de todos os seres vivos. Porque na verdade as coisas funcionam melhor se nos ajudarmos uns aos outros. E os outros já aprenderam a lição há muito tempo. É por isso que chegaram tão longe. Stephen Jay Gould, certamente um dos cientistas mais brilhantes do século XX, disse-nos que «a mensagem principal da revolução darwiniana à espécie mais arrogante da natureza é a unidade entre a evolução humana e a de todos os demais organismos». Mas também disse que «podemos aprender muito sobre nós próprios partindo do facto inegável de que somos animais evoluídos». As nossas vidas dependem de todos. Porque sem todos somos nada. O mundo poderia de facto ter sido ordenado de maneira diferente se não existissem estas interacções simbióticas. Mas não foi. E em grande parte porque vivemos ligados por mil laços invisíveis.

O passo seguinte leva-nos à outra ideia-chave do conceito de educação humanitária: a compreensão da necessidade da compaixão e do respeito do Homem pelos seus semelhantes, pelos outros animais e pelo meio ambiente. Precisamente com base na ideia-chave anterior de que as nossas vidas dependem de todos. Porque sem todos somos nada. É claro que este é um processo complexo que somente um enorme esforço de libertação, humana, poderá fazer tudo isto acontecer. A verdade é que a educação humanitária leva-nos a tornarmo-nos mais humanos. Mas não menos animais.

Cada um de nós pode mudar o mundo partindo do princípio que o mundo começa em si mesmo. E às vezes o impossível torna-se possível e acontece mesmo. E a nossa história colectiva e certamente a nossa história individual está cheia de pequenas transformações entre o impossível e o possível. É certo que os homens e as mulheres deste tempo estão cada vez mais exaustos e tristes e perdidos. E com medo. Mas a SPEdH acredita que no meio deste atoleiro de vaidades e perdições, em que não existe critério nem rumo, nem tão pouco qualidade de vida, acredita mesmo que ainda é possível mudar. E àqueles que nos disserem que não podemos acreditar em coisas impossíveis, responderemos da mesma forma que a Rainha respondeu à Alice: «Suponho que tens falta de treino. Aconteceu-me algumas vezes acreditar em seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço.»

isto e muito mais aqui

01 junho, 2006

meninos e meninas



Se eu mandasse, hoje todos os adultos teriam de voltar ao infantário, à escola, ao pátio da minha rua, ao parque da minha cidade.
Hoje, todos viriam aprender connosco a brincar outra vez.
Hoje nós seríamos professores e vocês os alunos!

E, por um dia, reaprenderiam a rir só porque apetece...
e voltarim jogar à apanhada, à bola, às escondidas...

A cantar, dançar... e a dizer o que pensam, como nós dizemos!
Hoje, poderiam chorar e até fazer uma birra!
Hoje poderiam chorar de cansaço, sono ou aborrecimento, sem vergonha ou justificações... hoje estariam dispensados de "aguentar", negar ou fingir as vossas tristezas, medos e frustrações!

Hoje poderiam brincar ao faz-de-conta e acreditar nos vossos sonhos de voar!
Hoje poderiam comer uma gelado e sujar a roupa...
Hoje poderiam ser a criança que são!
Hoje eu gostava muito que te lembrasses da criança que há em ti e a deixasses ser livre!




Quem salva uma criança, salva o mundo inteiro

Há 860 milhões de crianças sem infância

Dá a ti e a nós o direito de ser criança

apanha-me também um poeta



Criança!
Apanha-me uma flor!
... uma borboleta!

E já agora apanha-me também um poeta!




“Apanha-me também um poeta!” é o nome de uma exposição linda, linda, linda!
Esculturas em papel de Bernard Jeunet, para ilustrar livros infantis!

Bernard Jeunet não pinta nem desenha as suas ilustrações. As suas personagens são esculpidas em papel, a pose ensaiada sobre cenários, a composição ajustada com rigor, os elementos decorativos dispostos meticulosamente. Todo o mobiliário, todos os objectos, da minúscula caixa de lápis ao minúsculo caderno, a luz e as sombras, os reflexos da luz na água. Tudo é papel!
Lindo!

O título da exposição, extraído de um poema de um dos seus livros, serviu de inspiração para 9 poemas inéditos, escritos por 9 poetas portugueses “apanhados “ para o efeito (Matilde Rosa Araújo, Luísa Ducla Soares, José Fanha, José Jorge Letria, Maria Alberta Menéres, Emílio Remelhe, António Torrado, Alice Vieira e Vergílio Alberto Vieira).

A mostra conta com as ilustrações originais de quatro dos seus livros, bem como exemplos de um percurso artístico mais pessoal, num total de mais de 100 imagens.

A mostra estará patente ao público até ao dia 31 de Julho. A entrada é livre.
Auditório Municipal Augusto Cabrita Parque da Cidade Barreiro
Informações: 212141319 / 212147410
ilustrarte-sofia@mail.telepac.pt
www.ilustrarte.web.pt


A exposição, para crianças de todas as idades, é um passeio lindíssimo!
Os meus filhos adoraram! Prova: assim que chegaram a casa dedicaram-se ao recorte e criação de "peças" de papel!

Já ganhei um chapéu-de -chuva e uma escada!