Easter, Páscoa em inglês, deriva do nome da Deusa Eostre, ou Ostara.
Eostre, deusa anglo-saxónica da fertilidade, era (e é ainda) celebrada no Equinócio da Primavera com danças e festejos ao ar livre, no campo. Saudava-se assim a chegada da Primavera, época da fertilidade e ressurgimento da vida por excelência depois do longo Inverno.
Os símbolos associados a Eostre são o Ovo, a Lua e o Coelho, seu animal sagrado.
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O ovo e a lua, bem como o coelho são formas de dizer a fertilidade em analogia e correlação com a Natureza. É um facto que, mesmo nós mamíferos, devemos a nossa concepção à fecundação do ovo (óvulo) e que os ciclos de fertilidade feminina e da Natureza estão intimamente ligados aos ciclos do Sol e da Lua. Assim, os festejos em honra de Eostre são uma forma de dar as boas-vindas ao Sol que, por este época, se sobrepõe à noite, despertando a Natureza para esta fantástica explosão de vida.
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A Lua, ovo universal, liga-se ao óvulo feminino e ao ciclo menstrual, bem como à própria evolução fecunda da vida e da Terra, sempre em eterno movimento e alternância cíclica: desde a jovem virgem - a que ainda não foi mãe; passando pela forma adulta - a mãe que concebe e faz nascer, terminando na anciã e sábia, para voltar de novo ao princípio.
A celebração da Páscoa cristã decalcou os festejos dedicados a Eostre e absorveu os seus símbolos: os ovos e amêndoas (a forma oval é por de mais evidente) e os coelhinhos da Páscoa. Sobre os coelhos, a sua simbologia associa-se à fertilidade, e deve-se fortemente ao facto de serem animais que criam as suas generosas ninhadas em tocas (no interior da terra). Ilustra-se assim o renascimento da vida a partir de um estado embrionário, de recolhimento, a qual emerge do subsolo, numa afirmação de vitória sobre a escuridão do Inverno. A própria deusa Eostre, segundo algumas versões que relatam o mito, nasceu de um ovo incubado no solo e que eclodiu da própria terra, em analogia com a vegetação e animais que, após o período de hibernação, saem para o exterior.
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A Páscoa cristã, muito embora coloque o acento tónico na morte e sofrimento de Cristo, apela também à celebração do eterno retorno da vida, do renascimento e ressurreição, a qual supera e vence a morte física. É ainda, e desde sempre, uma festa calculada segundo os ciclos do Sol e da Lua em relação à Terra. O Domingo de Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da Lua Cheia imediatamente a seguir ao Equinócio da Primavera. Extraordinário é (ou não) que, apesar de todos os esforços conduzidos pela Igreja Católica para apagar da memória colectiva esta celebração, a “festa” de Eostre permaneça viva. Tão extraordinário quanto o é a intuição latente que nos liga à Natureza, a qual, nem os tempos nem a tirania dos homens pode apagar. E muito embora a Tradição tenha ressurgido (porque de facto nunca morreu), a verdade é que, nem mesmo àqueles que pouco ou nada sabem de deuses pagãos escapa esta alegria de estar na Primavera! Entenda-se que o Pensamento dos Antigos, o qual elevava a Natureza a uma ordem divina através da representação mitológica e expressa pelo rito, compreendia uma leitura: tudo na Natureza é sagrado.
Muito a propósito, aqui fica a pertinente recomendação da Greentea