07 fevereiro, 2006

mundo eu


Estive lá, sentada na margem.
Estendi os olhos no rio e fiquei com a cara toda colada no céu.
Como uma criança, esborrachei o rosto naquele vidro, para espreitar o que vai lá... cá dentro. Vi o rio a correr nas minhas veias e nas nervuras dos troncos, ramos e folhas das árvores.
Vi os meus pensamentos quase quietos a passar nas nuvens, nos rios do céu.
E outras nuvens, em forma de gaivotas, a voar. Tantas sensações a voar, livres, em mim.
Respirei do ar da água do rio e do ar do espaço do céu, tão azul.
Ouvi o rio e os assobios das gaivotas... e corpo a falar assim, no silêncio, sem deter uma única gota daquele caudal. Deixei passar o rio, e as nuvens e as gaivotas. Deixei-me ir.
Abandono. Liberdade. Ser, apenas.

3 comentários:

greentea disse...

e é tão importante deixarmo-nos ir, deixar voar o pensamento , as ideias, nós...
Ser , apenas para sermos : nós.

sa.ra disse...

pois é! é um exercício de desprendimento e ao mesmo tempo de ligação! sabe bem! faz bem! labora sem esforço a paz interior!
beijo!
Tem um dia feliz!

greentea disse...

na natureza, no Monte da Lua , em Veneza ou Tras os Montes só esse desprendimento nos trará a Paz.
Tem um Bom Dia!